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Relato de viagem
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A Maior Viagem de Moto dentro do Brasil Passando por todas as Capitais Brasileiras

          CHUI AO OIAPOQUE  X  OIAPOQUE AO CHUI A MAIOR VIAGEM DE MOTO DENTRO DO BRASIL PASSANDO POR TODAS CAPITAIS BRASILEIRAS         Todas as grandes viagens de moto sempre são planejadas, sonhadas, programadas e os dias contados para a grande largada. Chego num encontro de moto com uma BMW GS 1100 com 1.200Km rodados; Convidando a todos para ir à Manaus ver uma neta que havia nascido naquela capital. A gozação não demorou a vir: Com moto de mauricinho? Viajante aposentado! Moto de velho etc..; As 23 horas a GS fez o primeiro zero jogando pedaço de pneus nas motos dos "Bons"; O convite agora era ir do Chui ao Oiapoque, passando por Manaus para ver a neta ( Victoria).As 24 horas o segundo zero, quem foi rei não perde a majestade.         No dia seguinte o convite era: Fazer Chui - Oiapoque, Oiapoque - Chui passando por todas as capitais. Uma semana depois a moto estava encima da caminhoneta rumando para o Chui de onde eu iria começar e terminar a viagem.         Dia 05 de outubro as 17:15 a moto começa a rodar, os primeiros kilomentros são os mais difíceis, pela cabeça passa um turbilhão de coisas boas e ruins. Já rodei os 100 primeiros kms, a moto vai encontrando o seu próprio equilíbrio, e eu vou relaxando ao som do vento no capacete. Com isto vou confirmando a teoria, de minha autoria, de que a moto é o 5º elemento; Com ela na estrada você sente no corpo: a água (chuva), terra (poeira), fogo (sol escaldante) e o ar (vento).         Do Chui a cidade de Rio Grande são 220 km de reta, por ter enrolado demais o cabo do acelerador fico sem combustível no meio do nada. A dona BMW diz no manual que a reserva é de 6 litros, na minha moto não chegava a 2 litros. Pelo celular chamo um guincho para trazer gasolina. Cobro de quem o transtorno? Da BMW do Brasil ou da revenda que me entregou a moto sem revisão do tanque.         Durmo em Pelotas, passo por Porto Alegre e vou até Palhoça, onde fico dois dias resolvendo os últimos problemas. Próximo a Curitiba debaixo de chuva a moto começa a falhar, na revisão de mil kilometros o defeito reclamado não foi sanado.         Entro na revenda BMW de Curitiba, era um cabo do acelerador maior que o outro, a moto com 2400 Km, a revenda me cobrou R$ 150,00 pela mão de obra que me neguei a pagar questionando a garantia.         Passo a noite em Assis (SP), acordo cedo e a tarde estou em Rondonópolis na casa do Airton um velho amigo que tem mais de 100.000Km de moto e algumas reportagens publicadas pelas Duas Rodas. Dia 09/10 às 7 horas deixo a cidade abaixo de chuva, a tardinha, entro em Vilhena com 1.050 km rodados neste dia. A tarde entro em Porto Velho e fico num Hotel 5 estrelas, estou cansado das pousadas. Quero um banho de água quente. Conheço um integrante dos AmazonAngel que me apresenta a outros e fica o convite para participar no sábado do encontro Orly AmazonAngel.           Quinta-feira deixo o Hotel no rumo de Rio Branco ( Acre ) onde chego à tarde. A estrada é meio inferno meio céu. A polícia me para e pergunta o que eu tinha ido fazer em Rio Branco, por achar uma pergunta impertinente, respondi que vim ver o tio Idelbrando, queria dele o endereço das lâminas de moto serra, o soldado não gostou e começou a bater boca. Com a chegada de um superior as coisas se acalmaram, só falei que eu era um cidadão brasileiro e não tenho satisfação a dar, a nenhum policial, de onde vou ou deixo de ir dentro do nosso território, isto não é atribuição de polícia.        No dia seguinte já estou voltando a Porto Velho, antes passei por Guajará Mirim, onde cruzei o Rio Madeira e vi o maior cemitério de balsas de garimpo do mundo, comprei algumas joías ( ouro barato ) e a noitinha entro em Porto Velho, onde na frente do Shopping o carro de som animava o encontro do AmazonAngels que só admitem no seu grupo motos Chopper ou Custom e o grupo esta aberto a qualquer motociclista do Brasil que queria se intergrar. (A camiseta dos caras é um desbunde).         Durmo na casa do Aires, vice presidente do Amazon Angels. Domingo matam um boi para um churrasco de confraternização. Vamos dormir tarde, para mim a noite não precisava terminar, pois na 2º feira eu ia enfrentar a Porto Velho - Manaus. As 14 horas saio de Porto Velho e vou até Humaitá o asfalto ainda está no lugar. Em humaitá ouço de tudo: Você é doido, você não vai passar, vai morrer, tem muita onça, tem malária e outras coisas do genêro. Já outros falavam: Esta moto vai passar bem, tem uma Kombi que faz Manaus - Porto Velho toda semana. Como a sorte já estava lançada, comprei dois galões enchi com gasolina, comprei comida em lata, bolacha, frutas e etc pois vou atravessar um trecho de 600Km sem gasolina e 340Km sem uma viva alma. O sono não foi nada bom, a incerteza e o desconhecido faz você dormir com o sub-consciente viajando na estrada do medo. Acordo 5:00 coloco a bota ( dormi de calça e tudo). Escovar dentes e similares não tinha mais sentido, porque cuidar do corpo quando a alma está para ser perdida. A moto sai roncando suave para não acordar os maus espíritos da selva. Uma hora depois , o sol vem nascendo e tras consigo os problemas: chuva, barro, ponte caida. Isto marca o início do Inferno. São 6:30 faltam ainda 630Km para Manaus, o percurso total da Porto Velho - Manaus é 930km.       Agora são 22 horas estou atolado na beira de um rio, errei o caminho, uma balsa vem buscar do outro lado do rio. Custo do erro 20 reais e duas cervejas. Durmo ali mesmo numa casa abandonada. Hoje aconteceu de tudo, não me lembro de ter dado tanto trabalho pro o homem lá de cima (o Grande Arquiteto do Universo ).        Peguei uma depressão no asfalto que devo ter voado uns 15 metros, arranhei o tanque com o zipper da jaqueta, eu literalmente sai de cima da moto e saindo sobre ela, só uma hematoma na coxa esquerda. A moto se portou como se estivesse no Paris-Dakar.             Poucas horas depois entro numa cratera, arranquei um pedaço do cavalete central, novamente a moto se comportou com dignidade de uma campeã. Minutos depois passa na minha frente uma onça, fico olhando o animal entrando no mato. Não vejo uma ponte em curva, quase vou conhecer o meu guardião, olho para o céu e falo em voz alta: "Sei que estou dando muito trabalho prô homem ai de cima, no final da viagem nós acertamos a conta". ( a conta foi alta).         Na minha rede a prova de mosquito com o corpo coberto de repelente, fico lembrando das crianças, nunca tinha visto tanta criança com malária. As bolachas, maçãs, balas foram distribuídas para os menorzinhos. Esquentei uma lata de feijoada no motor da moto, foi tudo que consegui comer. Hoje o corpo libertou tanto adrenalina e endorfina que já é quase 1 hora da manhã e não consigo dormir. Viajar só numa estrada desta é coisa para louco, se você cair e desmaiar o sol acaba com você. Hoje passou por mim três caminhões vazios, cada um que atolava os outros puxam para tras até que um passasse pelo atoleiro para puxar os outros. Ainda bem que antes de sair de casa mechi nos três parafusos que comandam o cérebro. O da razão e do bom senso foram soltos, com o da emoção totalmente apertados. Você dá um abraço no diabo e fica rezando para Deus, achando que o mundo é feito só de emoção.           Faltam 100km para Manaus, nos últimos 30 km eu levei 4 horas e ainda tenho mais 4 horas para chegar a balsa que atravessa para Manaus.Como esta chovendo a 3 dias , contrato uma pick up para me dar apoio, rodei 32km e a moto impotente vai na carroceria e seu piloto humilhado serve de co-piloto em uma Pampa. Com um atoleiro na entrada da terceira balsa (são quatro balsas ) a Pampa levou quase 7 horas. São 23 horas quando entro em Manaus, meio eufórico, meio frustado, a visão de uma moto na carroceria de uma pick up vai me acompanhar pelo resto da vida.          Durante quase 3 dias você mantém nos braços, na cama, numa praia deserta uma grande mulher, que deu a você todos os prazeres.A falta do orgasmo com esta linda mulher seria menos frustante do que a visão de não terminar o trecho determinado.               No hotel já estao me esperando, o Aires do Amazon Angel, de Porto Velho que veio de avião trazendo parte da minha bagagem. Rui Guerra e Raimundo ambos dos Mercenarios de Manaus não deixaram nada me faltar em Manaus , de passeio em potentes lanchas pelo Rio Negro até cortesia na balsa para me levar a Belem.            Já é madrugada quando pego no colo pela primeira vez a neta Victoria, que foi o motivo inicial da viagem.         Por alguns segundos penso naqueles que poderiam estar comigo compartilhando as alegrias e mesmo as frustações e por "enes" motivos e "enes" problemas ficam dentro de seus lares cobertos com as colchas dos fracos de espirito. Volto a realidade com o choro da Victoria, querendo me mostrar que nem todos são iguais. Devido a euforia de encontrar grandes amigos nesta cidade em que morei por 14 anos, não percebi que já estou a três dias em Manaus. As 5 horas da manhã sou acordado pelo Raimundo dos Mercenarios, ele vai me escoltar nos primeiros 100km da Manaus-Boa Vista.             Como todo bom Harleiro a velocidade não passa dos 110Km. Rodamos 130Km, abasteço a moto e tomamos um belo café regional ( não é colonial). Agora: é eu, a moto e o guardião. Por educação saio devagar ascenando para o Raimundo, em pouco minutos entro na reserva dos índios Atroaris, a velocidade hoje não baixou dos 160Km, chego a Boa Vista com sol alto. Bato umas fotos na praça do carimpeiro e sigo para Santa Helena, a 50Km desta cidade no meio do nada encontro um bar, colado no vidro vejo o adesivo dos tubarões do asfalto, era do Luiz outro grande aventureiro. O Luiz colou adesivo por todo o Brasil. Na hora me deu vontade de arrancar os adesivos, quem eram os tubarões do asfalto para tirar o brilho da minha viagem. Saio dando risada dos meus pensamentos, eu queria mesmo era ter um bom companheiro de viagem ( além do guardião ).        Chego a Santa Helena, do lado brasileiro não tem posto de combustível, sou socorrido por uma CG, vou dormir no lado da Venezuela, pois no lado brasileiro não tem hotel, embora toda comida e roupa seja comprado no lado brasileiro pelo nossos irmão venezuelanos.         As 7 horas já estou na estrada. Ontem rodei 1.070Km e quero chegar hoje em Manaus, devido a fusos horários cheguei em Manaus as 19:00 rodando 13 horas, com poucas paradas.         Atropelei e matei um urubu, o meu ombro ficou todo roxo, se acerta o guidão da moto esta matéria ia ser escrita de outra forma.           Três horas depois da minha chegada a Manaus a moto vai ser escoltada pelo Rui Guerra até o porto onde ela é embarcada numa balsa junto com mais 20 carretas. Com destino a Belém. Por ser de graça e ter perdido meu mapa, não vi que a melhor opção era descer em Santarém e pegar outro barco ou balsa até Macapá. A distância Santarém-Amacapá é a mesma de Santarém-Belém. Enquanto a moto viajava para Belém fui convidado pelo Jian, presidente do grupo Hell Angels para comer um churrasco em sua imponente sede. Se você quer se tornar um Hell Angel procure o Jian ou o Rai em Manaus no telefone (92)981-2113 e fax (92)981-7781 . A moto levou 5 dias para chegar em Belém, no quarto dia eu já estava em Belém esperando a mesma. O avião e o hotel sai mais caro que o melhor barco Manaus-Belém. De balsa eu já tinha feito este trecho com outras motos e agora não tinha mais paciência para acompanhar a moto por cinco dias de monotônia.         No dia 25 de outubro as 10 horas a moto e eu somos embarcados com destino a Macapá. A moto vai na proa, e eu num camarote individual, isto custou R$200,00. O barco é coisa de louco, tem até boate tipo trio elétrico. O barco vai andando e eles vão mechendo na antena parabólica que tem dois tipos de "timão" onde eles vão acertando os sinais horizontais e verticais, fico pensando: "A necessidade é que faz o homem ficar inteligente".         Depois de 24 horas chegamos em Santana já que o porto de Macapá fica na cidade vizinha. Passo na Varig e verifico se chegou o pneu trazeiro da moto. Com a confirmação falo para o funcionário que vou ao Oiapoque e na volta pego o pneu. Eram 12 horas quando passei pela única polícia rodiviária no estado do Amapá. Deram telefone para caso de emergência e saio meio eufórico para terminar os 50% da viagem. Com 168 Km termina o asfalto e entro na estrada de chão, depois de rodar os primeiros 50Km a moto acha novamente a velocidade ideal, já rodo de 60Km a 100Km por hora. Nesta estrada tem de tudo, como ela foi feita por garimpeiros de dezenas de anos atrás eles usaram a topografia do terreno da melhor maneira possível sem se importar com a distância entre dois pontos. Num trecho de 10/15Km você pilota a moto com o sol em todas os pontos cardeais. As curvas são perigosas porque elas são feitas como nas pistas de corrida com declínio de mais de 30%, para carro é uma beleza, para moto você entra em baixa velocidade e ela vai derrapando para o centro da curva onde pode achar um carro no sentido contrário.         Ao passar um veículo por você e o vento estiver no teu sentido é melhor parar e deixar a poeira baixar. Hoje entrei no mato, a sorte é que era plano. As 9 horas com o sol ainda alto para para dormir na cidade de Calçones. Se continuar não vou chegar no Oiapoque e vou ter que dormir no mato.             São 12 horas do dia 27 de outubro fico embaixo da placa que diz "bem vindo ao Oiapoque". Tiro várias fotos correndo pois estava se armando o maior temporal, mal dá tempo de guardar o equipamento fotográfico. No hotel alguém fala que não sabe como cheguei até ali com aquele pneu. Em Calçone já tinham me falado que o meu pneu estava careca, mas não dei bola. Quando olhei para o pneu é que vi o cálculo errado que eu havia feito.             Achei que na estrada de chão ( com muita pedra ) o pneu não gastaria, ao contrário gastou mais que no asfalto. Eu nunca tinha visto um pneu sem camera com a lona aparecendo totalmente. Foi bom eu não ter visto, assim passei por mais de 50 pontes confiante que o meu pneu dava para ir e voltar ao Macapá. Procurando uma camara de ar, achei um piloto de avião de garimpo que por 30 Reais me trouxe de Macapá o meu pneu. Toninho, que os anjos dos pilotos de garimpo te protejam.         No dia 28 às 10 horas estou trocando o pneu, verifico que a pastilha de freio traseira foi quebrada ( lascada) em Manaus quando retiramos do cardã uma linha de naylon que fazia o retentor vazar óleo. Depois do penu trocado, fiquei esperando até as 13 horas para abastercer a moto. Só tem um posto na cidade e os grupos geradores quando param para manutenção o posto não abastace. No Oiapoque a gasolina custa R$1,75.           Pneu novo, energia nova, pego muita chuva nos primeiros 100Km, em comparação a Porto Velho - Manaus isto aqui é um paraiso. A moto dança um pouco devido ao seu peso.         São 10 horas da noite quando chegou numa cidade chamada Tartarugazinha, tomo uma coca e conheço um pessoal, engenheiros da eletronorte, pronto o pau de enchente aqui já ficou ali até a 1 da madraguda, resolvo dormir no único hotel , falta 235Km para o Macapá. São 65Km de chão e o resto de asfalto. Saio as 5 da madrugada a 40Km de Macapá outra CG da vida me dá gasolina, a coisa tá virando costume. O pior que ninguém quis receber o meu dinheiro e acabo dando uma camiseta do grupo Roda Brasil. Entro no porto ás 10 horas, dá tempo de embarcar a moto de volta a Belém. Não fiquei nem duas horas dentro de Macapá.         No porto de Belém para tirar a moto foi um parto, ou eu ficava 6 horas esperando a maré subir para o convés do navio ficar no nível do cais, ou eu tirava a moto na mão. Por 40 reias uns 10 homens tiraram a moto. Cada arranhão menos 10 reais, este era o acertado. Funcionou bem, a moto não sofreu um arranhão.         Vou almoçar com o Marcelo com quem já viajei junto, ele faz parte do governo do Amapá. O almoço era de seu noivado. O Marcelo está a disposição de qualquer motociclista para dar informações sobre o seu estado.         Saio de Belém as 14 horas e vou dormir em Santa Inês. Já no Maranhão entro em São Luiz, tiro uma foto, procuro no correio as pastilhas de freio, enviadas por sedex, que ainda não tinham chegado. Peço para a BMW Officer mandar pastilha de freio para as duas rodas e um pneu dianteiro porque não sei se o meu chega a Natal. Volto pela mesma estrada. Vou dormir em Caxias a pouco mais de 100Km de outra capital que tenho que fotografar. As 10 horas já havia entrando e saido de Teresina. As 19 horas já estava de banho tomado percorrendo as praias de Fortaleza, o que chama a atenção nesta cidade são as motos taxi, todas pintadas de verde limão, prestando um bom serviço para pessoas de baixa renda, ou para aquelas que gostam de curtir a vida do jeito que ela se apresenta. Hoje qualquer corrida de taxi custa R$20,00, na moto R$1,00. As moto taxi não tiraram os passageiros dos taxi e sim dos ônibus. ( Ou pobre anda de taxi? )           Chego em Aracati as 11 horas compro no mercado público 1 ½ Kg de lagosta (só rabo), meia hora depois atolo a moto na praia de canoa quebrada, adivinhe quem me socorreu.... outra CG, que também me ensinou a andar na trilhas dos Buggys, ainda tem grupos de motos que não aceitam moto de baixa de cilindrada, 99% de todos os integrantes de todos os grupos de moto do Brasil iniciaram suas carreiras motociclisticas a bordo de belas cinquentinhas, quando muito, uma CG. Hoje este povo cavalgando em suas possantes motos gospem no prato que já comeram. Se foram pobre um dia, agora não se lembram mais.         Em Mossoró tem um hotel de águas termais com mais de 10 piscinas. É ai que vou descansar o velho esqueleto. No dia seguinte entro em Natal, vou direto para a praia dos artistas, ali tem dezenas de hotéis baratos. Falo com o pessoal da BMW Officer, eles mandaram o pneu pela vaspex ( o pior serviço de carga ) vai levar dois dias para chegar ao aeroporto. Ligo para um amigo comum, Macram Elali de "Duas Rodas" e conheço a figura mais simpática do nordeste. Ele fez e criou o primeiro encontro de moto de Natal que se continuar a ser feito por ele, vamos ter um Segundo Mega Encontro no Brasil, o homem além de ser um grande empresário é doente pelo motociclismo.         A noite conheci o grupo Potiguar Moto Clube, no dia seguinte vou atras do meu pneu que chegou com mais de 24 horas de atraso. O Elali mandou eu escolher a revenda de moto em Natal para trocar o pneu, a pastilha de freio, o óleo e etc. A Suzuki só me cobrou o óleo e mesmo assim porque insisti no pagamento.         Na saída de Natal recebo do Elali uma lista com mais de dez grupos de moto do nordeste,em João Pessoa vou a Cabedelo rever onde começa a Transamazônica.Pouca gente sabe onde teve início esta rodovia.         Na praia do Tambaú a lista do Elali começa a funcionar.Encontrei todo o pessoal do rota do sol, fiquei das 13 horas ate as 18 horas bebendo cerveja e comendo camarão.As 20 horas já estava com os Falcões da Serra de Campina Grande,outro grande grupo que esta surgindo no nordeste,nunca dei tanta risada.No domingo me fizeram comer buchada de bode,a principio hesitei ,mas ele repetiam a toda hora que o Presidente FHC comeu nas eleições e quem eu era então para recusar?.Me aguarden nas festa juninas , pois estarei ai para ensinar vocês a dançar forro.Nos Falcões da Serra tem um motociclista que é digno de nota ,é o Tio Bello, 82 anos, 1,55 m pilotando uma Suzuki Rayabusa.Realmente o motociclismo não tem idade,mas neste caso resta saber quem esta abusando de quem.            A festa termina as 15horas,as 18 horas chego em Caruaru, encontro o Jorge que alem de ter grupo de show the welling ainda pertence ao Raposas do Asfalto.Mais tarde falo que estou indo para Recife, e todos me dão o endereço do Armandinho Recife Moto Clube.No primeiro hotel entro e caio literalmente desmaiado,este povo só bebe e não fica bebâdo.         No dia seguinte vou conhecer Armandinho, esta figura para qual todo o nordeste só tem elogios, ele é dono da revenda Triumph, Ducati e Cagiva.De Recife eu teria que ter ido conhecer os Cavalos Doidos em Paulo Afonso-Bahia, desculpa fica para junho deste ano.         No fim da tarde chego a Maceió, vou ver umas jangadas que eu tinha comprado no passado para fazer propaganda.Ainda estavam nas mãos da mesma pessoa.Procuro o grupo de moto Nomades do Asfalto, não acho o Juarez ele estava viajando para os lados de Minas Gerais.         Em Aracaju o Jorge Simões me da as boas vindas, recebo o convite para um encontro a noite com os Raposas do Asfalto.Almoço na praia, as 13 horas estou no rumo de Salvador,na cidade de Estancia entro na linha verde uma bela estrada me faz chegar rapido.Em Salvador tiro fotos na praia de Itapua, o Moto Clube Feras do Asfalto tambem vou deixar para traz, amigo Rocha vou fazer uma viagem só para visitar os irmãos do Nordeste.             Chego em Feira de Santana as 20 horas, quando vou chegando num orelhão uma Ranger sem placa para e pergunta se preciso de algo. Falo que procuro o Agnaldo do Grupo Feira Moto Estrada. Sou eu mesmo responde o condutor da Ranger. Após 3 horas tomando cervejan e conhecendo mais uns 10 integrantes do grupo é que eu me convenci que o Agnaldo era o Agnaldo, me parece que meus anjos da guarda se deram bem com todos os Exus e Iemanja da Bahia. A pernoite é num Motel 3 estrela pois o Agnaldo recebe várias cortesias por mês neste Motel. Cedo saio no rumo de Barreiras com o Agnaldo me escoltando por uns 30 ou 40 km.         De Salvador para o Chuí é só ir margeando o mar e em três dias você chega no Chuí. Como me comprometi com a revista duas rodas de fazer a maior viagem de moto dentro do Brasil hoje vou para Barreiras (BA) no rumo de Palmas capital de Tocatins. Preciso procurar nas entranhas do Brasil as capitais do Brasil central.         São 17 horas quando entro em Barreiras com a torneira do céu aberta e o estomago grudado nas costas. Na Bahia é moda por placas de perigo a 100 metros isto é traduzido para buracos enormes que mais parecem lagoas. Nesta cidade que eu achava pequena e perdida no meio do nada, encontrei o grupo Xerifes do Aslfato, com mais de 50 integrantes, a festa foi até altas horas. De Barreiras para Palmas a estrada é bem sinuosa, em compensão boa, tem trechos com mais de 100km sem posto de gasolina.         Chego a tarde em Palmas, me parece uma Brasília mal copiada, cada fim de rua uma rotatória. Ali é a capital mundial das rotatórias ( redonda, rótula, etc... ). Menos de 2 horas depois já estou no rumo da rodovia Belém-Brasília, acordei em Paraíso do Tocatins (GO) . Fui despertado com uma bomba d’Água que me acompanhou até próximo a Gôiania. Na Belém-Brasília 50% tem asfalto de primeiro mundo e 50% asfalto brasileiro com cheiro de corrupção ou engenheiros burros. O asfalto é para durar 10 anos, no Brasil dura no máximo 5, você vê asfalto se partindo no primeiro ano e ninguém é responsabilizado.         Em Goiânia procuro o Paulo, meu irmão de 30 anos de cachaça, não acho ele em casa, tiro fotos e me largo para Brasília. No meio do caminho vejo o onibûs do Abutres e falo para Pateta e o Medalha que o pessoal do Falções da Serra mandou um abraço. Na hora sou convidado para um encontro de moto a 90Km na cidade de Perinopolis que por sinal é uma cidade antiga e muito bem conservada, onde o pessoal de Brasília tem casa de campo.           Dois dias de chuva travaram o encontro, no terceiro dia, 15 de novembro volto para a estrada deixando o encontro com muito sol. Entro em Brasília bato várias fotos e vou dormir em Belo Horizonte.         Ao acertar com a revista Duas Rodas que a moto ficaria exposta no salão Duas Rodas no estande da revista , além do cabo do acelerador ter ficado mais esticado, aproveitei ao maximo da luz solar. Em Belo Horizonte, acordo e vou fotografar a igreja da Pampulha.        As 14 horas entro em Vitoria (ES), tiro a foto da capital capixaba e vou dormir em um motel(mais barato) em Campo Grande.De Campo Grande para o Rio de Janeiro, o único problema são os buracos solitarios, aqueles que a estrada é otima e ao mesmo tempo uma armadilha.         No Rio,paro sobre a ponte Rio-Niteroi e quando vou fotografar, chega o Socorro e pergunta se eu preciso de ajuda .Peço para que bata a foto , e o cara não gostou muito, como carioca leva tudo na gozação...         As 16 horas em São Paulo vou direto a Officcer (revenda BMW) que alem de agradecer a presteza e a eficiencia em despachar as peças para a minha moto , ainda recebi um belo desconto dado pelo meu amigo Mazinho.         A noite vou com o Alberto Pelegrine no Pacaembu onde as terças- feiras reunem-se todas as motos e muitos carros antigos, há muito queria ver esta feira que funciona somente nas noites de terças.Para quem estiver em São Paulo é um bom programa.         Quando estou em São Paulo sempre durmo na casa do meu amigo Alberto Pelegrini, só que acompanhar este louco pelas ruas de São Paulo é o pior trecho da viagem.As 10 horas estou em Registro e as 13 horas chego a Curitiba.Estou a 315km de casa , se entro em casa não sei a que horas vou chegar ao Chui.As 19:30 paro para dormir na cidade de Erechin.Na calçada da avenida principal, acho um barzinho simpatico onde fico tomando cerveja ate as 23 horas, quando decido procurar hotel, todos estão lotados, então vou dormir em um motel.         Acordo e sinto falta de uma luva, que chego a conclusão que devo ter bebido na noite anterior e não vi.Viajo os primeiros 60 km com a mao sem luva nas costas para não receber o vento frio da manha , entro na primeira cidade e compro um par de luvas e chego a Santa Maria a tempo de almoçar com meu amigo Renam, depois de duas cervejas e meia duzia de telefonemas, sou obrigado a ficar em Santa Maria, pois o grupo Gaudérios do Asfalto vão fazer um churrasco a noite em minha homenagem.  Sem duvida, este é o maior grupo de moto hoje no Rio Grande do Sul.O que chama atenção neste grupo é que dentro de seus integrantes eles só não tem guias de cego e gay, o resto é impressionante. Para não prolongar a conversa, fui dormir as 6 da manha.......Hoje eu grito para este povo bonzinho "Desassulera Gaucho!!!".         São 12 horas da manha acordo me perguntando que tipo de trator passou por cima de mim.O Chui é logo ali, 670 km, a moto sai rosnando (ao inves de roncando) ficou toda dura, moto não pode ficar na noite sozinha , beber todas e no dia seguinte esta 100% para viajar.Quando chego ao Rio Grande e vejo que só falta 220km para o Chui, resolvo(irresponsavelmente) esticar todo o cabo do acelerador.A moto mantendo 150/200km por hora com 160km eu tive que parar e abastecer pois a moto fez 7km por litro.No Chui eu bati todas as fotos que eu tinha direito , comprei meia duzia de vinhos na zona franca do Uruguai e e toco de volta no rumo de Porto Alegre, agora com o vento no sentido contrario a moto mantem 170/180 km por hora, o consumo novamente foi para 7 km por litro.             As 21:30 o cansaço e os 1097km hoje rodados mais os farois altos na cara ( amarrotada pela farra da noite anterior)em em São Lourenço do Sul e durmo embalado pelo vento forte da Lagoa dos Patos.As 8:30 já tirei foto do Laçador, monumento do Gaucho na estrada de Porto Alegre. Entro na casa do Tio Nei, faço algumas ligaçoes para casa avisando a hora da chegada e que quero tudo pronto.As 14:30 chego a minha casa em Palhoça - SC, depois da sessao de fotos de chegada aos meus anjos da Guarda e ao Guardiao por ter chego sem nenhum arranhao e por ter feito a maior viagem de moto dentro do Brasil.         Do Chui ao Oiapoque do Oiapoque ao Chui passando por todas as capitais e com 23.300km rodados em 45 dias.Agora de bermuda e sem capacete eu me sinto a paisana.Com a mulher (Marta) e os filhos, Leopoldo e Kayo já dentro da caminhonete, a ultima a entrar é a moto, agora ela sobe na Pick Up, com o sentimento do dever cumprido, ela vai ser exposta no salão duas rodas.         Hoje é sabado, ontem conversei com o pessoal da Revista Duas Rodas e me alegaram que eu tinha ate as 18 horas de domingo para por a moto dentro do salao, pois na segunda feira as 10 horas seria feita a abertura do segundo salao da motocicleta intitulado de Salão duas rodas.         Tenho que aprender a viajar com crianças novamente.As 16 horas a moto esta dentro do estande da revista Duas Rodas que estava comemorando no salao seus 25 anos e me lembro de que a 23 anos atraz atravessei a Tranzamazonica de moto (numero 15 e 16 da Revista Duas Rodas). Hoje cumpri minha parte no prometido com a revista e sozinho dentro do estande da Revista Duas Rodas, fico sonhando..Ushuaia x Alaska x Ushuaia.  Quem vai..(48)242-6200  email:  Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. FIM  

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(Diário) de Florianópolis ao Alasca
15 Motos e um Destino: Valparaíso, no Chile
 

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Quarta, 01 Mai 2024
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