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Relato de viagem

Assafrão pelo Nordeste em 2006

8.000 kms de moto pelo Nordeste do Brasil .  Esta viagem foi realizada por mim, Gilmar Calais Assafrão, morador de Duque de Caxias / RJ, Assistente de minha esposa, Simone Neto de Souza Assafrão, no período de 04/02/2006 à 24/02/2006, onde foram percorridos exatos 7.998 kms, passando por todos os estados do Nordeste, com uma moto Yamaha XTE 600 98. Depois de 2005 para a revista Centro-Oeste em 2005, da primeira vez que minha carreira iria me acompanhar, que seria uma viagem maior / aventura de moto, tanto pela distância quanto por percorrer, como pelas dificuldades com Em vias de ser-as-estradas, o perigo de assaltos no sertão da Bahia e em Pernambuco, e outros em um tipo de viagem. Porém, eleitores de Deus e Nossa Senhora Aparecida, que foram nossos companheiros de viagem, cuidando de nós em todos os momentos. Nesta viagem, também pudemos ter o prazer de conhecer os nossos amigos virtuais do “Clube XT”, Franz (Nosso cicerone no Ceará), Celinha, Carlos-PE, Léo Siri, Adelson-AL, entre outros, além de várias outras pessoas maravilhosas Que cruzam com o caminho de viagem, como a Lana e seu marido, de Luiz Correia, D. Terezinha, dona da pousada em Brejo Santo / CE, Ir. Élson e Sr. Teté, de Barreirinhas / MA; <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> <br> O que é o que é antes?  Segue abaixo, um resumo dia-a-dia desta nossa viagem maravilhosa pelo Nordeste: 04/02/2006 (Sábado) - Depois de um ano de espera, uma vez chegado a hora, como sempre, dormi muito na noite anterior a viagem, tamanha era minha história com a chegada do dia da partida. Início cedo, às 6:30 hs da manhã, pegando muito frio e neblina na Serra de Petrópolis / RJ nos primeiros 60 kms. Já na BR-116 (Rio-Bahia), após a divisa RJ / MG, a 40 km de estrada destruída entre as cidades de Além Paraíba / MG e Leolpoldina / MG, porém logo após este trecho ruim, já está em obras uma estrada melhora consideravelmente. Neste primeiro dia também aconteceu uma coisa muito engraçada, possivel esta moto faz 4 anos e nestes 4 anos nunca aconteceu da gasolina acabou comigo, mas não aconteceu exatamente o que aconteceu antes desta viagem, próximo a Muriaé / MG. O que aconteceu com o Lido no livro de João Batista de Matelândia / PR, que viajou toda a América do Sul e foi até o Alasca de XT, que o O mais alguns kms após tiraram toda a moto para a esquerda, eu fiz o mesmo, que não foi de pé direito e ainda consegui uns 7 kms, que era o suficiente para chegar ao próximo posto. Após este susto, redobre o cuidado nos abastecimentos! Almoçamos em Santa Rita de Minas / MG, e seguimos até o Teófilo Otoni / MG, onde chegamos às 17:30 hs, após rodarmos 730 kms neste dia, ficando hospedados na Pousada do Sesc da cidade. O que deve ser feito em algum lugar, mesmo que não tenha sido feito em uma partida de corrida, o que fez o mesmo, que não foi de 7 ou 7 kms, que é o mesmo para chegar exatamente ao próximo posto. Após este susto, redobre o cuidado nos abastecimentos! Almoçamos em Santa Rita de Minas / MG, e seguimos até o Teófilo Otoni / MG, onde chegamos às 17:30 hs, após rodarmos 730 kms neste dia, ficando hospedados na Pousada do Sesc da cidade. O que deve ser feito em algum lugar, mesmo que não tenha sido feito em uma partida de corrida, o que fez o mesmo, que não foi de 7 ou 7 kms, que é o mesmo para chegar exatamente ao próximo posto. Após este susto, redobre o cuidado nos abastecimentos! Almoçamos em Santa Rita de Minas / MG, e seguimos até o Teófilo Otoni / MG, onde chegamos às 17:30 hs, após rodarmos 730 kms neste dia, ficando hospedados na Pousada do Sesc da cidade.  05/02/2006 (Domingo) - Saímos de Teófilo Otoni, por volta das 7:00 hs, a estrada até a divisa MG / BA continuava em bom estado, porém, ao entrar na Bahia a estrada se transforma. Os primeiros 200 kms até Jequié / BA, são alternados entre trebhos destruídos e trechos com crateras que aparecem repentinamente, depois de uma estrada melhorarem um até até Milagres / BA. A região é bem pobre, tanto do lado do Mineiro, como do lado de Baiano, em todos os lugares que paramos, uma vez que o dinheiro está vindo, e algum adulto vem querer vender qualquer coisa. Perto de Cândido Sales / BA, um casal de crianças fazendo sexo à beira da estrada, num grande número de motoristas que passavam pelo local lentamente (devido aos buracos), e observavam uma cena inusitada. Chegamos bem em Milagres / BA, por volta das 19:00 hs, onde pernoitamos, depois de 692 kms rodados aqui dia.  06/02/2006 (Segunda-feira) - Saímos cedo, por volta das 6:00 hs da manhã. O dono da pousada em que ficamos nos visitamos ainda mais 80 kms de buracos entre Itatim / BA e Feira de Santana / BA, e realmente o dia estava tão ruim quanto o dia anterior. Chegamos em Feira de Santana / BA no final da manhã, exaustos, empoeirados, mais inteiros, abastecidos pela moto e seguidos pela BR-116 em direção a Serrinha / BA, onde mais um trecho de 90 kms é destruído pela estrada nos esperava último) até Tucano / BA, mas não há muito movimento de caminhões, um XT 600 de fácil acesso aos últimos 90 kms de sofrimento. Após Tucano / BA, uma reta de 270 kms de asfalto impecável e novo até o Rio São Francisco, em Ibó / BA, na divisa dos estados da BA / PE. Neste trecho, também ficamos impressionados com a pobreza, onde homens, As mulheres e as crianças ficam tapando os buracos na estrada com o barro, e depois pedem as contas aos motoristas. Em Ibó / BA, é uma balsa para atravessar o Rio São Francisco para Ibó / PE. Um amigo caminhoneiro had to aconselhado a ter cuidado em um trecho de terra de 13 kms entre um balsa e o trevo de Cabrobó / PE (Polígono da maconha), devido ao grande número de assaltos que ocorrem à noite na local, mas como eu é um desejo lá durante o meu tempo e até dois caminhoneiros capixabas que estavam na balsa me avisam que o perigo era ainda maior. Putz, que tensão! Passamos pelos 13 kms a voar baixo, sem olhar para trás, que sufoco! Mas, Graças a Deus e Nossa Senhora Aparecida, nada aconteceu e nem vimos nada de suspeito. Depois deste trecho, o asfalto fica impecável em Pernambuco, e após rodarmos 720 kms deste dia, foi o mais cansativo e tenso da viagem, chegando em Brejo Santo / CE, onde dormiu a pousada da simpática Dona Terezinha. À noite, comemos uma pizza, acompanhada de algumas cervejas para relaxar, e demos algumas risadas, lembrando os fatos ocorridos durante o dia.  07/02/2006 (Terça-feira) – Como só faltavam 500 kms para chegarmos em Fortaleza, resolvemos pegar a estrada um pouco mais tarde neste dia, e após um excelente café da manhã, nos despedirmos de Dona Terezinha, que falou - “Sejam felizes e que deus acompanhe vcs”. Podem ter certeza, que ter o prazer de conhecer pessoas como Dona Terezinha, faz a diferença em uma viagem de moto. Pegamos a estrada rumo a capital cearense por volta das 8:30 hs da manhã. Neste trecho da viagem, passamos pelo Sul do Ceará, na região do Cariri. O grande número de cabritos e jegues na estrada, coisa comum no Nordeste (Mas que nesta região acontece com ainda maior freqüência), faz com que a atenção seja redobrada ao pilotar. Outra coisa comum, são as lotações, geralmente feitas em pick-ups D-20, que levam pessoas e todo tipo de produto, como mantimentos, e até animais. Chegamos a Fortaleza por voltas da 14:00 hs, sendo muito bem recebidos pelos nossos amigos do Clube XT, Franz, morador de Fortaleza e nosso cicerone no Ceará, e Carlos-PE, morador de Recife, que também estava em Fortaleza, para participar do encontro organizado pelo Franz, reunindo os amigos ex-virtuais (Agora reais) do Clube XT, em um passeio para Jijoca de Jeri/CE. À noite participamos de uma festa, onde conheci outros amigos do Clube XT do Ceará, organizada pelo Franz, no apartamento de sua namorada Celinha, onde ficamos maravilhosamente bem hospedados, em uma bela cobertura - Valeu pela hospitalidade Celinha !!!! A maior surpresa de todas, foi saber que iríamos para Jijoca de Jeri pela beira mar, num percurso de cerca de 250 km. Imagina eu que nunca tinha sequer andado de moto na areia, enfrentar um desafio destes. Depois de muito bom papo e cerveja gelada, fomos dormir tarde neste dia, já pensando no desafio do dia seguinte.  08/02/2006 (Quarta-feira) – Saímos bem cedo, eu, Simone, Carlos-PE, Franz e Celinha, para encontrar com os amigos que nos acompanhariam nesta aventura, em um posto de gasolina, na saída de Fortaleza, de onde seguiríamos para Cumbuco, onde começaria o desafio à beira-mar. Para aliviar o peso da moto, deixamos os dois alforjes na casa da Celinha e levamos somente o essencial no baú de 45 litros da moto. Chegamos ao posto e finalmente a trupe estava formada, lá conhecemos Léo Siri (XT 600), Felipe (XR 200), Juarez (The Duna’s Man – XT 600), Sergio (XL 600). Em Cumbuco, depois das dicas do Léo Siri, tive meu primeiro contato com a areia e os primeiros kms estavam tranqüilos, pois a areia era dura e a maré estava baixa. A paisagem era um espetáculo à parte, difícil de descrever em palavras. O problema foi quando chegamos perto do Porto de Pecém, onde tivemos que pegar um grande pedaço de areia muito fina e fofa, neste trecho sofri para conseguir atravessar, suando em bicas, até o Leó Siri ajudar-me, atravessando a moto no pior pedaço. A minha falta de experiência, somada aos pneus de minha moto, que não eram adequados para andar na areia, se tornavam um problema nos trechos de areia muito fina. Próximo a Paracuru, nosso amigo Ávila, morador de Jijoca de Jeri, nos aguardava para seguir viagem conosco. Agora éramos 10 pessoas em 8 motos, curtindo o prazer de viajar a beira mar pelo litoral Cearense. Que confesso, foi uma das melhores experiências de minha vida. Chegamos na praia da Baleia por volta das 14:00 hs, ficando hospedados em uma aconchegante pousada à beira mar – Pousada da Baleia - Nosso amigo Leó Siri, teve que voltar a Fortaleza deste ponto, mas com a promessa de voltar no dia seguinte acompanhado de sua esposa, para seguir até Jijoca conosco. O restante do dia foi dedicado por nós a um ótimo bate-papo a beira da piscina, acompanhado de tira gosto e de muitas cervejas geladas. À noite dormimos em um quarto de frente para o mar, ouvindo o barulho das ondas.  Confesso a vcs, que toda a viagem foi maravilhosa, mas este dia foi especial. A perfeita tradução para “Felicidade”. Nunca esquecerei desta quarta-feira em minha vida !  09/02/2006 (Quinta-feira) – Depois de uma noite maravilhosamente bem dormida, embalados pelo som do mar, fomos brindados com mais um dia lindo de Sol no litoral do Ceará (Até rimou). Enquanto tomávamos um belo café da manha na pousada da Baleia, chegaram Léo Siri e sua esposa, e a trupe novamente estava formada. Após a tirarmos uma foto das motos enfileiradas em frente à pousada, nos despedimos da bela praia da Baleia. Como no dia anterior, seguíamos tranqüilos pela areia, que no começo estava fina, proporcionado pilotar em alguns trechos até a 80 km/H. Mas as dificuldades e problemas não demorariam a aparecer. Primeiro foi nossa queda no mar. Que por sinal foi minha primeira queda de moto, em mais de 120.000 kms rodados, em mais de 10 anos sobre duas rodas. Esta queda aconteceu em um trecho em que havia diversas pedras e areia muito fofa, o que nos obrigou a seguir pela lamina d’água (15 cms), por um pequeno trecho de uns 800 metros, até infelizmente sermos surpreendidos por uma vala, com profundidade de aproximadamente 50 cms, onde literalmente mergulhamos com nossa moto no mar. Eu mergulhei por cima do guidão da moto, e logo consegui me levantar, a Simone que sofreu mais um pouco na queda, ficando presa por uns instantes, até eu, com ajuda de nossos amigos, conseguir levantar a moto.  Como resultado da desta queda, Graças a Deus e Nossa Senhora Aparecida, somente a Simone ficou com um roxo na perna por uns dias, e descobrimos que nossa máquina fotográfica digital, que estava no bolso da perna da calça dela, não resistiu à água salgada e ficou inutilizada. Depois da queda paramos em um bar e pousada, pertencente a uma simpática Suíça, onde tentamos tirar um pouco da areia das roupas e botas, e também descansarmos um pouco. Mas, ainda teríamos o último trecho difícil a vencer neste dia, entre Itarema e Almofala, onde devido a um rio tínhamos que sair da beira mar, e seguir pela areia até onde pegaríamos uma balsa. O problema maior foi que neste trecho de uns 5 kms, a areia era muito fina e fofa, com a moto atolando diversas vezes, onde foi necessária a ajuda dos amigos para desatolá-la. Tudo isto somado a um sol escaldante. Foi então que aconteceu a segunda queda do dia. Por sorte, havia pedido ao nosso amigo Ávila, que levasse a Simone em sua garupa neste trecho, o que se mostrou uma sábia atitude. Eu vinha sozinho tentando vencer o areião, quando caí novamente, só que desta vez meu pé ficou preso sob a moto. E eu, sentindo dores horríveis, fiquei gritando por socorro, até ser ajudado pelo Léo Siri e o Carlos/PE, que se encontravam mais próximos de mim no momento da queda. Neste instante, achei que minha viagem tinha acabado ali. Imaginem quebrar o pé naquele local e ter as tão sonhadas e planejadas férias precocemente encerradas. Mas, felizmente, nossos companheiros de viagem, Deus e Nossa Senhora Aparecida, novamente olharam por nós neste difícil momento, e o resultado de mais esta queda foi somente o pé dolorido por uns três dias. Depois de refeito do susto, passei a andar ainda mais devagar, até chegarmos ao local onde pegamos à balsa. Logo depois chegamos à cidade de Acaraú, onde começava o asfalto. Nesta cidade, também almoçamos todos juntos em um aconchegante restaurante e comemos um “delicioso” peixe chamado “Siri gado”, acompanhado de molho de camarão, ao preço de inacreditáveis R$ 12,00. De Acaraú , foram apenas mais 50 kms de asfalto até chegarmos em Jijoca de Jeri, onde ficamos hospedados próximo da lagoa, na pousada Portugal. À noite, ainda fomos todos juntos comer pizza, em uma pizzaria que é o “point” da cidade.  10/02/2006 (Sexta-feira) – Eu, Carlos-PE e Franz, saímos cedo para levar nossas motos a um lavador, para uma merecida lavagem geral, pois as motos estavam com areia em todos os locais possíveis. Depois, uma visita ao mecânico Tiozinho, um simpático Paulista radicado em Jijoca, que substituiu alguns parafusos que se perderam na viagem, limpou o filtro de ar e lubrificou as partes que foram mais afetadas pela queda no mar, acumulando muita areia, principalmente no comando das setas, buzinas e lanternas, causando mau-contato nas mesmas. À tarde, acompanhados de Simone e Celinha, que ficaram nos aguardando na pousada, foi totalmente dedicada por nós a tomar cerveja e comer petisco de peixe a beira da lagoa de Jijoca.  O mais interessante é agradável, e que as mesas e redes do bar, ficam dentro da lagoa, e você é servido dentro d’água. Mais mordomia que isto, impossível !!! Depois desta tarde stressante, à noite, fomos comer uma deliciosa picanha no restaurante de um simpático Suíço (Chama a atenção o grande número de Suíços, que escolheram esta parte do Brasil para viver. Eles é que estão certos !).  11/02/2006 (Sábado) – Infelizmente nosso amigo Carlos-PE teve que voltar para Recife neste dia.  Saímos cedo e fomos conhecer e bela e famosa Jericoacoara, situada a 40 kms de Jijoca de Jeri. O caminho tem alguns trechos de areia fina e fofa, mais nada comparável com o que enfrentamos na quinta-feira. Poucos antes de se chegar a Jericoacoara, e necessário se pegar uma balsa, e enquanto aguardávamos, observamos um barco de pescadores que havia acabado de chegar, e os pescadores ainda estavam separando os peixes. Nosso amigo Ávila, que conhece todo mundo na região, negociou com os pescadores o preço e a entrega em sua casa, e nós compramos alguns “enormes” peixes (Que agora não lembro o nome), para a noite, fazermos uma autentica peixada em sua casa. Depois da balsa, um longo trecho de areia a beira mar, e finalmente chegamos a Jericoacora, ficando impressionados com a beleza natural do lugar, especialmente das inúmeras Dunas. Na cidade, que apesar de pequena, tem muitas lojas e pousadas chiques, chama atenção o grande número de Gringos, e os preços, em sua maioria bem acima da média. Ficamos algum tempo em um barzinho a beira-mar, onde tomamos cerveja a R$ 4,00, enquanto observávamos o grande movimento de turistas na praia. No meio da tarde voltamos para Jijoca, e aproveitamos o resto do sol à beira da piscina da pousada. À noite, todos se deliciaram com a peixada “Divina” (nunca havia comido nada igual), preparada pelo Ávila e sua esposa, em sua casa. Este último dia em Jijoca de Jeri, não poderia ter sido melhor ! Pena que no dia seguinte, eu me separaria desta maravilhosa turma Cearense, pois eles voltariam para Fortaleza e eu e Simone seguiríamos para Luiz Correa, no litoral do Piauí.  12/02/2006 (Domingo) - Depois de uma difícil despedida de nossos amigos, após 5 agradáveis dias juntos.  Seguimos por uns 60 kms de estrada de terra batida de Jijoca de Jeri até Granja/CE, onde pegamos o asfalto, passando por Camocim/CE, Barrouquinha/CE e Chaval/CE (Que como disse meu amigo Cininho, e uma cidade construída no meio de enormes pedras). Logo após Chaval entramos no estado do Piauí e as estradas, como no Ceará, continuavam excelentes. O litoral do Piauí é um dos menores do Brasil, com aproximadamente 64 kms, e segundo contam, foi trocado com o Ceará pela região de Crateús, que pertencia ao Piauí – Acho que o Piauí fez um ótimo negócio, pois apesar de pequeno, o litoral é belo e tem muitas Dunas, lembrando um pouco a região de Cabo Frio/RJ. Chegamos por volta das 15:00 hs na pousada do Sesc em Luiz Correa/PI, situada em frente à praia. Foi então que aconteceu um pequeno contratempo conosco, que foi resolvido com ajuda de nossos Anjos da Guarda, Lana e seu marido. Como Parnaíba, que fica ao lado de Luís Correa, é a segunda maior cidade do Piauí, me programei para tirar dinheiro lá, pois eu tenho conta no HSBC e minha esposa no Itaú, e nem pensei na possibilidade de não existir nenhum destes bancos na cidade.   Mas, qual não foi minha surpresa, ao perguntar para Lana, que trabalha no Sesc e muitíssimo bem nos atendia, onde ficava um dos dois bancos em que temos conta, e a mesma me falou que na cidade não existia nenhum dos dois. Eu e Simone quase caímos pra trás. Estávamos no litoral do Piauí, a mais de 300 kms da capital, com somente R$ 50,00 no bolso e o cartão de crédito, que só era aceito em alguns postos. Depois de nós lamentarmos com nossa nova amiga e guardar nossas coisas na pousada, tínhamos que pensar em uma solução. Mas como já era tarde e ainda estávamos sem almoçar, fomos gastar nossos últimos R$ 50,00 almoçando em uma barraca na praia, onde comemos um delicioso peixe. Ao mesmo tempo em que pensávamos em uma solução para nosso problema, e dávamos gargalhadas de nós mesmos. O que fazer ?  Aí começou a ameaçar cair uma chuva forte, e decidimos voltar para a pousada. Imaginem, sem grana e ainda pegar uma chuvarada em pleno Piauí. Foi então que, voltando pela estrada, aparece um carro emparelhado com a nossa moto, buzinando e mandando a gente parar - Porra ! Será que é assalto ???? Aí já é azar demais para um só dia !!!!!!!! - Mas ficamos surpresos, ao ver no carro Lana e seu marido, que sensibilizados com o nosso problema, já nos procuravam a algum tempo, para se oferecerem para trocar um cheque pra gente, pois iriam no dia seguinte para Teresina, e poderiam sacá-lo na capital. Nós, ao mesmo tempo, ficamos felizes, em conseguir solucionar nosso problema, e surpresos, com a solidariedade daquele casal, que mesmo sem nunca ter nos visto antes, se preocupou conosco, e se ofereceram para nos ajudar, trocando um cheque de R$ 450,00. Depois de muito agradecer nossos anjos da Guarda, voltamos para pousada rapidamente, pois a chuva forte que ameaçava cair, chegou em forma de temporal em pleno Piauí.  Como eu já havia dito antes, ter o prazer de viver estas experiências e conhecer pessoas como este casal, faz a diferença em uma viagem de moto. Vcs acham que passaríamos por tudo isto, se tivéssemos viajado de avião ? Naqueles pacotes mauricinhos, com tudo certinho e planejado.  13/02/2006 (Segunda-feira) – Acordamos bem cedo, com intenção de conhecermos neste dia o Delta do Parnaíba, que é o encontro do rio Parnaíba com o mar, em forma triangular, e repleto de ilhas, que vem a ser o único Delta das Américas. Porém, ficamos decepcionados, ao ligarmos para algumas agências de turismo e descobrirmos que os passeios de barco para o Delta só aconteciam nos finais de semana. Depois desta ducha de água fria nos nossos planos de conhecermos o Delta, resolvemos seguir viagem em direção ao Maranhão. Em Parnaíba abastecemos e fomos parados pela segunda vez pela Policia Rodoviária Federal (A primeira foi em Itaobim/MG), que rapidamente conferiu nossos documentos e mandou seguirmos. Logo entramos no estado do Maranhão, e fomos recepcionados por 13 kms de enormes buracos na pista, que melhora consideravelmente logo depois, em Jandira/MA. Debaixo de chuva forte, chegamos em Tutóia, onde abastecemos novamente e ficamos sabendo que ainda faltavam 34 kms de areia e barro até Paulino Neves, onde embarcaríamos junto com a moto em uma Toyota Bandeirantes até Barreirinhas/MA. Estes 34 kms foram difíceis, em função da chuva forte e dos grandes trechos desertos. Outra coisa que nos assustou neste trecho, foi uma placa a beira da estrada, perto da entrada de uma cidade, onde estava escrito em tom ameaçador – A população avisa “Ao entrar em Seriema, Tire o capacete”. Nem pensamos em desrespeitar esta lei “informal”, que depois ficamos sabendo que foi criada pela população, devido ao grande número de crimes de pistolagem na região, geralmente cometidos por motociclistas de capacete. No começo da tarde chegamos a Paulino Neves/MA, e ficamos sabendo que a Toyota que faz a linha diária de passageiros para Barreirinhas acabara de sair. A solução seria procurar um proprietário de Toyota, coisa comum na região, e negociar um frete para levar-nos a Barreirinhas. Assim, pagaríamos um pouco mais pelo transporte, mas não perderíamos um dia em Paulinho Neves, pois a próxima Toyota de linha só sairia ao meio-dia do dia seguinte. Assim, conhecemos o simpático Seu Teté, que começou cobrando R$ 200,00 pelo frete e, depois de muito choro, baixou o preço para R$ 120,00, com a condição de que nós almoçaríamos no restaurante de sua esposa, e como estamos famintos, foi fácil aceitar a proposta. Depois do almoço, Eu, Seu Teté e Seu Élson (Amigo de Seu Teté, que morava em Barreirinhas e pegaria carona conosco), depois de muito trabalho, conseguimos colocar a moto na carroceria da Toyota, usando uma Duna como rampa. Neste trecho, entre Paulino Neves e Barreirinhas, não existe estrada definida, somente areião, dunas e alagados, com até 1 mt de profundidade (O que tornaria a travessia deste trecho em minha moto, praticamente impossível, tamanho o grau de dificuldade e risco), além de algumas casas bem simples que aparecem esporadicamente. A valente Toyota levou aproximadamente 2:30 hs para vencer os pouco mais de 30 kms, durante a viagem, íamos na carroceria, apreciando a bela e exótica paisagem, e ouvindo o “falante” Seu Élson contar histórias sobre a região. Chegamos em Barreirinhas no final da tarde, descemos à moto da Toyota, novamente em uma duna, e nos despedimos dos nossos novos amigos, Seu Teté e Seu Élson. Depois de uma rápida procura, encontramos uma simples e aconchegante pousada, às margens do Rio Preguiças, onde ficamos. À noite, demos uma volta para conhecer a cidade, que é totalmente voltada para o turismo, lembrando um pouco Porto Seguro, com inúmeras agências que promovem passeios para a região dos Lençóis Maranhenses. Uma coisa que também me chamou a atenção, é uma enorme duna, entre a rua principal e o Rio Preguiças, que parece querer avançar sobre a cidade. Negociamos em uma das agências, um passeio no dia seguinte, de barco até Caburé e Atins, para conhecermos a Foz do Rio Preguiças e os Pequenos Lençóis. Voltamos para a pousada por volta das 22:00 hs, e literalmente apagamos, pois estávamos exaustos depois deste dia cheio de emoções.  14/02/2006 (Terça-feira) – Às 8:00 hs, começamos o passeio de barco pelo Rio Preguiças. Nosso grupo era formado por dois casais Gaúchos; um Suíço e dois rapazes do Rio, além de mim e da Simone. Pacientemente, o guia e piloto do barco nos dava explicações sobre a flora e da fauna da região. Primeiro, passamos por um manguezal, onde vimos jacarés, depois uma parada em Vassouras, nos Pequenos Lençóis, na barraca da Dona Luzia, que fica ao lado de uma grande Duna, e diversos macacos e papagaios brincam com os turistas, vindo comer em nossas mãos. Visitamos também Mandacaru, onde do alto de um Farol, apreciamos a belíssima vista de toda região. Por último, fomos conhecer o povoado de Caburé, que fica situado em uma pequena faixa de areia entre o Rio Preguiças e o mar, com algumas pousadas e restaurantes. Em um destes restaurantes comemos uma autentica e deliciosa Peixada Maranhenses. Voltamos para Barreirinhas no final da tarde. À noite, em mais um passeio pela cidade, compramos na mesma agência, outro passeio para o dia seguinte, desta vez, de Toyota até o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, onde íamos conhecer a Lagoa do Peixe.  15/02/2006 (Quarta-feira) – Acordamos ansiosos neste dia, tomamos o café da manhã na pousada e ficamos aguardando a Toyota, que logo veio nos buscar. Nosso grupo era formado por um casal de Brasília com uma filha pequena, e um grupo de Aracajú formado por um rapaz, com sua mãe e irmã.  Saímos de Barreirinhas e atravessamos o Rio preguiças de balsa. Paramos rapidamente no posto do Ibama, e logo depois, outra parada não programada para trocar um pneu furado. Depois do pneu trocado, seguimos por uma estrada de areia que cobria quase totalmente os pneus da Toyota, onde também havia sucessivos alagados, com a água batendo na carroceria. Além de tudo isto, a Toyota sacolejava intensamente, obrigando-nos a nos segurar firmemente para não sermos jogados pra fora da carroceria.  Porém, todas estas dificuldades se mostravam insignificantes diante da beleza ímpar da região. Ao final desta estrada, chegamos a um local, onde já haviam algumas Toyotas estacionadas. É neste ponto, onde começam as contínuas Dunas, que se formam os Lençóis Maranhenses propriamente ditos. A partir daí iríamos começar uma caminha de aproximadamente 1 hora até a Lagoa do Peixe. É difícil descrever a beleza do local, como disse meu amigo Cininho, a sensação é de estarmos em outro planeta, tudo em sua volta é areia, com Dunas extraordinariamente altas, e alguns pequenos lagos de água límpida que se formam com a água da chuva. Não se houve barulho de nada, só do vento, e a sensação de paz e indescritível. Depois de 1 hora de caminhada, onde nem sentimos o tempo passar, devido à beleza da paisagem, chegamos a enorme Lagoa do Peixe, com suas águas límpidas e de temperatura agradável, onde ficamos por algum tempo nos banhando, e apreciando a beleza daquele local. Depois desta maravilhosa manhã, onde chegamos ao ponto culminante de nossa viagem, que era conhecer os Lençóis Maranhenses, voltamos para Barreirinhas, onde chegamos por volta das 13:00 hs. Como havíamos planejado, pegaríamos à estrada neste mesmo dia, a fim de ganharmos tempo e chegar em tempo a Fortaleza (Que agora estava a 1.200 kms pelo asfalto, passando por Teresina/PI) até sexta-feira, pois nosso amigo Franz, estava organizando uma festa, para comemorarmos o sucesso do passeio a Jijoca. Almoçamos e pegamos a estrada novamente, depois de três dias em que a moto ficou parada em Barreirinhas. Enormes nuvens negras no céu, anunciavam um temporal, que não demorou a chegar, redobramos o cuidado, mas decidimos não parar e seguir viagem. Depois de uma hora de temporal, a chuva apesar de não parar, diminuiu de intensidade. Mas como diminuímos bastante o ritmo da viagem, nem percebemos que a noite não demoraria a chegar. Como nesta região, as cidades são muito distante umas das outras, tivemos dificuldade de encontrar um local para passarmos a noite. E com esta demora, logo escureceu e a única opção que encontramos foi um Motel de beira de estrada, em Miranda do Norte/MA, onde ficamos.  16/02/2006 (Quinta-feira) – Após a chuva do dia anterior, uma manhã de sol nos esperava neste 12º dia de viagem. Saímos cedo, e pegamos as intermináveis retas da BR-316, que nesta região tem um grande movimento de caminhões. Paramos em Teresina/PI, onde fomos ao banco sacar dinheiro e aproveitamos para conhecer o SKUB e o Yonaré do Clube XT 600. Depois desta parada rápida na capital do Piauí, passamos por Campo Maior e chegamos a Piri-Piri, onde pernoitamos na pousada da simpática Dona Dalva.  17/02/2006 (Sexta-feira) – Depois de tomarmos café da manhã junto com toda a família de Dona Dalva, seguimos viagem em direção a Fortaleza.  Logo depois de São João da Fronteira/PI, o relevo e o clima mudam radicalmente. Alguns kms antes da divisa PI/CE, subimos uma serra ígreme e cheia de curvas.  No alto desta serra chegamos à cidade de Tianguá/CE, com muito frio e neblina em pleno Ceará, lembrando o pouco clima de Petrópolis/RJ. Lá fomos parados pela Policia Rodoviária Federal pela 3º vez em toda a viagem, o guarda, que também era motociclista, conferiu os documentos, nos fez algumas perguntas sobre a viagem, elogiando nossa coragem, e rapidamente nos liberou, não sem antes nos desejar, uma boa viagem. Logo depois de Tianguá, começamos a descer a Serra, em um trecho de sucessivas curvas. Próximo de Sobral/CE, apareceram alguns buracos na pista, em um trecho de cerca de 50 kms, onde fomos novamente parados pela Policia. Chegamos em Fortaleza debaixo de muita chuva, sendo recepcionados pelo nosso amigo Franz, que nos levou para trocar o óleo da moto, e instalar uma trava de acelerador (Que se mostrou muito útil na viagem de volta). À noite, participamos da festa no apartamento da Celinha (Que novamente muitíssimo bem nos recebeu), onde tivemos o prazer de reencontrar nossos amigos do Clube XT Ceará, e dar muitas risadas lembrando da nossa aventura à beira-mar na viagem de Fortaleza até Jijoca de Jeri.  18/02/2006 (Sábado) – Com um pouco de ressaca da festa da noite anterior. Partimos de Fortaleza debaixo de chuva, que nos acompanhou até Parajuru/CE. Passamos pela entrada de Canoa Quebrada, onde demos uma rápida parada para conhecermos a cidade, e ficamos encantados com a beleza do lugar, que merece uma visita de alguns dias em nossa próxima viagem ao Nordeste. Seguimos viagem, passando por Mossoró/RN, onde almoçamos abastecemos a gasolina mais barata da viagem até então (R$ 2,38). Uma reta de 270 kms separa Mossoró de Natal, onde chegamos no começo da noite, e ficamos também muito bem impressionados com a beleza e a organização da cidade. Sem dificuldades, encontramos a pousada do Sesc, onde ficamos hospedados em frente à bela praia de Ponta Negra.  À noite, fomos caminhar na bela orla e visitar uma feira de artesanato.  19/02/2006 (Domingo) – Levamos um pequeno susto neste dia, pois a Simone amanheceu com a garganta dolorida e inchada, e eu achei melhor levá-la a uma clínica, onde uma injeção de bezetacil resolveu totalmente o problema.  O restante do dia foi totalmente dedicado a conhecer as belezas da capital Potiguar, então fomos ao Forte dos Reis Magos, no extremo norte da cidade, perto do Rio Potengi, onde uma imensa ponte está sendo construída. Na volta para Ponta Negra, viemos pela avenida beira-mar que, com diversas paradas para fotografar, tomar água de coco, ou simplesmente admirar a paisagem. Aproveitamos à na praia de Ponta Negra, e ainda fomos conhecer o Morro do Careca no finalzinho da tarde.  À noite, voltamos à feirinha de artesanato para comprar algumas lembranças para os amigos e parentes. Com certeza, em nossa próxima viagem ao Nordeste, vamos dedicar alguns dias a mais a esta bela capital, que é Natal.  20/02/2006 (Segunda-feira) – Saímos de Natal, com aquele gostinho de quero mais, pena que o tempo estava começando a ficar curto, pois tínhamos que chegar ao RJ em 24/02. Resolvemos ir pela Via litorânea, o que se mostrou uma ótima escolha, pois ao mesmo tempo, evitamos alguns kms do trânsito pesado da BR-101, e também conhecemos as belas praias ao Sul de Natal, como Pitangi do Norte, Pitangi do Sul e Barra de Tabatinga. Em São José de Mipibu, pegamos a BR-101 em direção a João Pessoa/PB, a estrada, apesar do grande movimento, se encontrava em ótimas condições, com asfalto impecável. Na capital Paraibana, abastecemos e seguimos viagem, agora em direção a Recife/PE, onde chegamos por volta do meio-dia. Na capital Pernambucana, nosso amigo Carlos-PE, nos esperava em posto a beira da estrada, para nos entregar um CD com as fotos, que ele havia tirado, de nosso passeio a Jijoca de Jeri. Depois das despedidas, pegamos a estrada novamente em direção a Maceió/AL. Em Cabo de Santo Agostinho/PE, saímos da BR-101, e seguimos pela rodovia litorânea (PE-060), até Porto de Galinhas, onde em uma rápida parada, pudemos conferir à beleza do local, com suas piscinas naturais e águas transparentes.  Seguimos viagem, e pouco antes da divisa PE/AL, a estrada passa por dentro de um Parque Florestal Estadual, com um túnel da mata nativa, belíssimo !!!  No estado de Alagoas, a estrada se torna AL-101, mas continua em excelentes condições. Chama a atenção também em Alagoas, principalmente em Maragogi, o mar de uma azul de beleza ímpar. Porém, infelizmente também notamos mais pobreza neste estado, com inúmeros barracos a beira da estrada. Depois de 600 kms rodados, em sua maioria a beira-mar, contemplando belíssimas paisagens nos quatro estados do Nordeste por que passamos neste dia, chegamos a Maceió/AL por volta das 19:00 hs, ficando hospedados na pousada do Sesc, na bela praia de Guaxuma, ao Norte da cidade.  21/02/2006 (Terça-feira) – Maceió também nos deixou com um gostinho de quero mais! Saímos cedo e passamos pelas praias urbanas, que lembram um pouco as praias da Zona Sul do Rio de Janeiro, depois de uma parada no caixa automático, atravessamos o Centro da cidade, com inúmeros prédios antigos e bem conservados. No extremo Sul da cidade entramos novamente na rodovia AL-101. Passamos pela praia do Francês e por Barra de São Miguel, onde paramos no mirante do Gunga, onde do alto de uma torre, instalada em um morro ao lado da estrada, pode-se contemplar a vista deslumbrante do mar azul, além de uma imensa plantação de cocos, que começa próximo ao mirante e segue até a areia da praia. Este encontro do azul do mar com este tapete verde dos coqueiros, produz uma imagem de beleza natural rara. Chegamos em Penedo/AL (Cidade situada as margens do Rio São Francisco), por volta do meio-dia, e lá fomos recebidos pelo nosso amigo Adelson, do Clube XT. Depois de uma rápida ida a uma oficina de motos, onde fui verificar o estado das pastilhas de freio. Fomos almoçar, juntamente com o Adelson e sua namorada, além de um simpático casal de motociclistas, amigos do Adelson. Depois do excelente almoço e da despedida de nossos amigos, pegamos à balsa das 13:00 hs, com destino a Neópolis/SE. Como em Penedo/AL, a gasolina custa R$ 2,80 e em Neópolis R$ 2,34, deixei para abastecer a moto (Que já estava na reserva) no lado Sergipano do Velho Chico. Porém, ao comentar esta minha intenção com o rapaz que faz a cobrança da passagem na balsa, o mesmo me alertou que, a gasolina de Neópolis era de péssima qualidade, e caso eu abastecesse lá, certamente teria sérios problemas em minha moto. Este mesmo rapaz, me informou que na estrada 22 kms a frente, em Japoatá/SE, havia um posto com gasolina de boa qualidade. Como eu não tinha como voltar a Penedo, pois a próxima balsa voltando sairia as 15:00 hs. Fiz algumas contas, e cheguei a conclusão que daria para chegar a este posto, porém teria que usar o mesmo artifício de tombar a moto para esquerda, a fim de usar toda a gasolina do tanque, como havia feito próximo a Muriaé/MG, no primeiro dia de viagem. Depois de uns 15 kms rodados, utilizei este recurso, e a moto ligou novamente, assim seguimos por mais alguns kms, até a gasolina acabar de vez, faltando uns 800 metros para chegar ao posto, que por azar, ainda ficava no alto de uma ladeira. Sem ter mais nada a fazer, empurrei a moto até o posto, onde cheguei exausto, debaixo de um sol escaldante. Mas o pior ainda estava por vir, pois ao chegar à bomba, o frentista me avisou que a gasolina havia acabado e só iria chegar por volta das 17:00 hs.  Resignados com nossa falta de sorte, ficamos batento papo com os funcionários do posto, que ficaram admirados com nossa coragem. Até o gerente do posto, sensibilizado com nosso problema, ter a idéia de recorrer a um morador da cidade, que provavelmente teria gasolina em casa para vender. Então, ele mandou um de seus funcionários de moto na casa desta pessoa, e o rapaz logo voltou com 2 litros do precioso líquido. Desta forma, mais uma vez fomos salvos em nossa viagem, agora por estes “novos” amigos Sergipanos, frutos da solidariedade do povo Brasileiro. Depois de muito agradecer a ajuda, seguimos por mais 30 kms até a BR-101, onde completamos o tanque e seguimos viagem, passando por Aracajú/SE, com muito trânsito e obras na pista, Estância/SE e depois Umbaúba/SE, onde dormimos em uma pousada simples e aconchegante.  22/02/2006 (Quarta-feira) -  Entre todos os excelentes cafés da manhã de toda a viagem, este da Pousada em Umbaúba/SE, foi o melhor de todos ! Com uma variedade incrível de sucos naturais e frutas frescas da região. Depois deste farto banquete, pegamos novamente a estrada, e 19 kms depois chegamos à divisa SE/BA. Na Bahia a estrada continua em boas condições, mas o movimento aumenta bastante, principalmente de caminhões, devido a proximidade das industrias situadas no entorno de Salvador. Próximo a Sepeaçú/BA, paramos em uma, entre inúmeras barracas na beira da estrada, para tomarmos uma jarra de suco de laranja, pagando a módica quantia de R$ 1,00. Depois de Santo Antônio de Jesus/BA, o movimento de caminhões diminui consideravelmente, e a estrada, quase sempre cercada pela Mata Atlântica, tem muitas retas, em um trecho muito bonito da BR-101. No final da tarde e comecinho da noite, chegamos debaixo de uma chuva fina a Eunápolis/BA, onde dormimos em um hotel, que depois eleito o segundo pior de toda a viagem. 23/02/2006 (Quinta-feira) – O dia amanheceu com chuva fina. Mas a vontade de chegar em casa era grande, e mesmo assim saímos cedo, pois ainda faltavam 1.100 kms até nossa casa. Perto do Itamarajú/BA, um sol forte deu lugar à chuva, e assim, pudemos aumentar o ritmo da viagem. Entramos no Espírito Santo, onde a estrada ficou ainda melhor, com muitas retas entre plantações de eucaliptos.  Passamos direto por Vitória e pretendíamos dormir em Campos/RJ, mas entre Vitória e a entrada de Guarapari/ES, devido à proximidade do carnaval, tivemos que diminuir muito o ritmo, em função do grande número de carros que seguiam para o litoral, e como logo anoiteceu, resolvemos ficar em Rio Novo do Sul/ES, em uma pousada simples, porém muito aconchegante.  24/02/2006 (Sexta-feira) – Depois de 20 dias de aventura, nesta nossa viagem pelo Brasil, agora somente 400 kms nos separavam de nossa casa. Saímos mais uma vez bem cedo, pois a ansiedade era grande de rever nossos familiares. Logo chegamos à divisa ES/RJ, passamos direto por Campos/RJ, e em frente à Usina Termoelétrica de Macaé, fomos obrigados a esperar cerca de 30 minutos, a estrada ser liberada, devido a um caminhão tombado e atravessado na pista, que causou um engarrafamento de mais de 10 kms. Em Itaboraí/RJ, fizemos o último dos 46 abastecimentos da viagem, e ainda conseguimos chegar em casa às 14:00 hs, a tempo de almoçar com nossos familiares. Esteve um pouco cansados, afinal foram exatos 7.998 kms rodados em 20 dias de viagem por 12 estados do Brasil. O projeto Nordeste, planejado por nós e aguardado por quase um ano, e por termos teve o prazer de ter vivido intensamente cada dia por aqueles dias, de muitas emoções e felicidades, que não são esquecidas por nós.   E também já chegou em casa pensando na viagem do ano que vem, que batizamos o “Projeto Mercosul”.

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